sobre a minha verdade,
quando minha mestra, Sonia Sumar, me batizou no yoga há 14 anos, eu sabia que o caminho não seria fácil. E não foi e não é. Enfrento quase sempre questionamentos e olhares tortos sobre a forma não muito convencional em relação aos “padrões” que foram estereotipados para um instrutor de yoga. Mas o que é um padrão? E quem o estabeleceu?
eu quis sair da “caixa” e o yoga foi o meu trampolim, mas não queria pular para outra, por isso me agarrei com unhas e dentes e escrevi na minha alma o maior princípio ensinado em meu curso: Satya (veracidade), por isso não crio realidades.
minha mãe, meu exemplo de vida, nos diz: “a verdade sempre está fora de todos os padrões fixos”. Eu não sou um padrão fixo. E acredito que minhas mestras (minha mãe e Sonia Sumar) também não são.
e eu sigo vivendo, errando e às vezes acertando como todo mundo. Continuo não gostando muito de gente “mais ou menos”, de gente pela metade. A vida não acontece para gente morna. E eu sou assim. Não vou mentir dizendo que amo incenso, que tenho voz de seda, que nunca como carne e que não tomo remédios alopáticos. Além disso, gosto de dar aulas usando roupas pretas. Mas ensino com alegria e busco despertar essa essência em meus alunos. “Brinque! Brinque! Brinque” repete sempre minha professora.
o altar da minha casa não tem vela nem deidades hinduístas, mas tem uma parede cheia de fotos das pessoas que amo. E eu também brigo, quando não é por mim é pelas pessoas que amo e considero. Sou capaz de fazer um barraco homérico para defender um amigo. Mas também tenho uma enorme capacidade de pedir perdão, de voltar atrás, de amar de primeira e amar mais ainda quem me ama. Desmedidamente. Eu sou assim. Intenso.

